Estudo da KPMG revela transformação na infraestrutura e transporte

Estudo da KPMG revela transformação na infraestrutura e transporte

Um estudo recente da KPMG, intitulado “The Great Reset: Emerging Trends in Infrastructure & Transport 2025”, aponta as principais tendências que devem influenciar o setor de infraestrutura e transporte nos próximos anos. O relatório identifica dez movimentos emergentes que abrangem transformações estruturais, econômicas, tecnológicas e ambientais, evidenciando uma reconfiguração ampla e integrada do setor.

No que se refere ao financiamento, o estudo destaca a redução da capacidade fiscal dos governos para investimentos em infraestrutura, consequência das diversas prioridades que concorrem por recursos públicos. Esse cenário tende a favorecer a adoção de modelos de privatização ou de parcerias público-privadas, visando atender à crescente demanda por projetos modernos, resilientes e tecnologicamente avançados.

Transformação na infraestrutura e transporte

A incorporação de ativos inteligentes exige gestão ágil, capaz de otimizar recursos e atender às demandas urbanas e industriais. A KPMG destaca também a transformação das cadeias de suprimento globais, impactadas por fragmentação, falta de padronização e desalinhamento entre fornecedores e clientes, exigindo processos mais sustentáveis.

A descarbonização torna-se central nas decisões de gestores públicos e privados, refletindo maior responsabilidade socioambiental. A transformação digital permite gestão de ativos em tempo real, enquanto a pressão por inovação incentiva soluções mais inteligentes e adaptáveis. Projetos precisam ser resilientes frente a eventos climáticos, e a escassez de profissionais qualificados demanda estratégias eficazes de capacitação e retenção de talentos.

Projeções do estudo

O estudo aponta ainda uma fase de pragmatismo econômico na transição energética, em que as decisões sobre projetos sustentáveis passam a considerar rigorosamente sua viabilidade financeira. O relatório alerta também para uma possível “interrupção significativa” no comércio global, provocada por guerras tarifárias e barreiras comerciais, com impactos potenciais na demanda por transporte e nos fluxos logísticos internacionais.

Para Tatiana Gruenbaum, sócia-diretora líder do segmento de Infraestrutura da KPMG no Brasil, é fundamental desenvolver uma infraestrutura moderna, inteligente e resiliente para enfrentar as constantes mudanças do setor e do cenário global. O relatório reforça que o sucesso futuro dependerá da integração entre inovação tecnológica, práticas sustentáveis e gestão estratégica de ativos.

Fonte: Tribuna de Minas // Foto: Freepik

Porto de Santos terá Centro de Inovação em Gestão Portuária com apoio do Ministério de Portos e Aeroportos

Porto de Santos terá Centro de Inovação em Gestão Portuária com apoio do Ministério de Portos e Aeroportos

Porto de Santos terá Centro de Inovação em Gestão Portuária com apoio do Ministério de Portos e Aeroportos – Foto: Divulgação

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participou do lançamento do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Gestão Portuária (CDTPORT), que será dedicado ao desenvolvimento de soluções inovadoras para a gestão e a logística do Porto de Santos. A iniciativa é fruto de uma parceria inédita entre a Autoridade Portuária de Santos (APS) e o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (PIT). O evento reuniu autoridades, representantes de startups, universidades, funcionários da APS e integrantes do ecossistema de inovação do PIT.

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O ministro Silvio Costa Filho ressaltou que a criação do CDTPORT é estratégica para modernizar a gestão logística no Brasil, destacando que o setor portuário precisa avançar de uma agenda ainda “muito analógica” para uma agenda digital e tecnológica. “Investir em inovação significa melhorar a governança, reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade internacional dos nossos portos”, afirmou.

Ele afirmou que o ritmo de crescimento exige novas ferramentas de atuação e inovação. “O Porto de Santos cresce em média mais de 5% ao ano, enquanto as operações de contêineres avançam quase 10%. Para acompanhar esse ritmo, precisamos preparar o porto para os próximos anos, adotando novas ferramentas de monitoramento de caminhões e navios, garantindo mobilidade urbana, eficiência nas operações e maior integração com as cadeias produtivas do país. Essa parceria com o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos será fundamental para construirmos o porto do futuro, mais sustentável, inovador e competitivo”, completou o ministro.

Na avaliação do presidente do PIT, Jeferson Cheriegate, a integração entre a APS e o Parque de Inovação Tecnológica “une a robustez da logística portuária ao dinamismo de um ecossistema que faz da inovação uma vocação intrínseca”. Ele destacou que o modelo já gerou resultados em outras áreas, como no CDT de Saneamento, que desenvolveu medidores de vazão e de perda de água com inteligência artificial em parceria com universidades e startups.

Inovação para modernizar a logística

O CDTPORT tem como objetivo conectar o setor portuário a soluções tecnológicas de ponta, aproximando universidades, startups e especialistas do ambiente de pesquisa aplicada. Para viabilizar a iniciativa, foi assinado um termo de cooperação entre a APS e o PIT, além de um contrato de serviços técnicos especializados, que permitirá a estruturação do centro e o início das atividades.

Entre os primeiros projetos, está a criação de sistemas para monitorar e coordenar o fluxo de caminhões desde a origem da carga até a chegada ao Porto de Santos. A proposta é integrar as ações de forma mais eficiente, reduzindo custos e otimizando operações.

Outro eixo de atuação será o fortalecimento do Hub de Inovação Portuária, por meio da contratação de consultoria especializada que apoiará a coordenação de uma comunidade já engajada na busca por melhorias para o setor.

O diretor-presidente da APS, Anderson Pomini, reforçou a importância da iniciativa ao afirmar que “o Porto de Santos não estaria batendo recordes e projetando um novo sistema de tecnologia se não fosse por parcerias como esta. Nosso desafio é pensar o porto para os próximos 20 anos, ampliando a eficiência com inovação e planejamento”.