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Governo de São Paulo recebe R$ 147,7 milhões para impulsionar obras da Hidrovia Tietê-Paraná

Repasse da Eletrobras será destinado para a ampliação do canal de Nova Avanhandava, fortalecendo a navegação e um transporte mais sustentável
Publicado em 18/06/2025
Governo de São Paulo recebe R$ 147,7 milhões para impulsionar obras da Hidrovia Tietê-Paraná

Por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o estado de São Paulo recebeu um aporte de R$ 147,7 milhões da Eletrobras, destinado às obras de ampliação do canal de navegação de Nova Avanhandava, no trecho paulista da Hidrovia Tietê-Paraná, em Buritama – região Noroeste, considerada um eixo logístico prioritário para o transporte fluvial de cargas.

O repasse da Eletrobras, feito na sexta-feira (13/06), referente ao exercício de 2025, foi formalizado por meio de um Termo de Compromisso firmado entre a empresa e o Governo de São Paulo, intermediado pela Semil. A alocação dos recursos está inserida nos compromissos assumidos pela Eletrobras no processo de capitalização, que prevê investimentos anuais em programas de revitalização ambiental e desenvolvimento regional, conforme a legislação vigente. A aplicação dos valores é definida pelo Governo Federal, sob a coordenação dos Ministérios de Minas e Energia e da Integração e Desenvolvimento Regional.

“A ampliação do modal hidroviário é uma diretriz estratégica desta gestão. Trata-se de uma solução de alta eficiência logística, com menor impacto ambiental e forte potencial de geração de valor para a economia estadual”, afirma a secretária Natália Resende.

“Esse repasse é mais uma entrega concreta dos compromissos assumidos com a capitalização da Eletrobras. Ele viabiliza uma obra estruturante para o país, dentro da carteira do Novo PAC, fruto da parceria entre diferentes entes, como o Ministério da Integração, o DNIT, o Governo de São Paulo e a própria Eletrobras. É um esforço conjunto para melhorar a infraestrutura hídrica, fortalecer o desenvolvimento regional e gerar benefícios diretos à população. Trata-se da materialização de uma política pública que alia sustentabilidade, impacto social e cooperação federativa”, afirmou, em nota, a Eletrobras.

Obras e impactos

As intervenções em andamento no canal de navegação de Nova Avanhandava envolvem o desmonte técnico de rochas submersas e a ampliação da calha de navegação, com profundidade final de 3,5 metros e largura de 60 metros, ao longo de 16 quilômetros de extensão. A estimativa é de remoção de 553 mil metros cúbicos de rochas — volume correspondente a aproximadamente 600 piscinas olímpicas. A iniciativa também conta com apoio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

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As obras também promovem maior flexibilidade na operação das Usinas Hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira, eliminando conflitos operacionais entre a geração de energia e a navegação fluvial. A intervenção gera aproximadamente 1,4 mil empregos e beneficia, de forma expressiva, os municípios de Buritama, Brejo Alegre e Birigui, além de assegurar navegabilidade contínua, mesmo durante estiagens prolongadas.

Até que o Governo de São Paulo retomasse as obras, em 2023, o processo de desmonte estava paralisado desde 2019, prejuízo que ficou evidenciado durante as crises hídricas de 2014/2015 e de 2021/2022, onde os reservatórios ficaram em seus menores níveis históricos.

Investimento

Com um investimento total de R$ 293 milhões, as obras foram iniciadas em 2023 e vêm sendo executadas pela Semil, por meio da subsecretaria de Logística e Transportes. A captação do novo aporte financeiro é resultado da articulação institucional conduzida pela secretária da pasta, Natalia Resende, e pelo subsecretário de Logística e Transportes, Denis Gerage Amorim.

A previsão é de que, com a finalização das intervenções até 2026, a hidrovia alcance a capacidade de movimentar até 7 milhões de toneladas por ano, assegurando a continuidade da navegação mesmo em períodos de estiagem.

Hidrovia Tietê-Paraná

Com 2.400 quilômetros de vias navegáveis, a Hidrovia Tietê-Paraná é fundamental para a logística do agronegócio, ao conectar regiões produtoras aos portos do Sudeste, com menor emissão de gases de efeito estufa — cerca de 20 milhões de toneladas de CO₂ a menos por ano — e maior eficiência no custo de transporte. São 30 terminais intermodais que integram os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e São Paulo.

O trecho paulista da hidrovia compreende 800 quilômetros, com início na região de Mogi das Cruzes e término no município de Pereira Barreto, atravessando cidades como São Paulo, Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Salto, Tietê, Barra Bonita, Ibitinga e Buritama.