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COP30: Bicicleta ganha espaço em políticas de mobilidade urbana

A intenção é facilitar o vaivém do usuário e ter ganhos com sustentabilidade
Publicado em 12/11/2025
COP30: Bicicleta ganha espaço em políticas de mobilidade urbana
O Prêmio Bicicleta Brasil é importante tanto para a saúde quanto para a sustentabilidade. Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil.

As bicicletas estão deixando de ser apenas símbolo de lazer ou esporte para ganharem um espaço maior dentro das políticas de mobilidade urbana. Pensando em facilitar o trajeto da chamada “última milha” e em promover soluções mais sustentáveis, o Ministério das Cidades ampliou o incentivo à mobilidade ativa. Na seleção do Novo PAC Mobilidade de 2025, foram incluídos projetos de bicicletas públicas compartilhadas e ciclovias integradas ao transporte de massa, voltados a municípios com mais de 150 mil habitantes e com acesso a uma linha especial de financiamento.

A integração das ciclovias e das bicicletas públicas com o transporte coletivo é vista como um passo importante para ampliar o acesso da população ao transporte sustentável. Essa combinação permite que o cidadão utilize mais de um modal em um mesmo deslocamento, tornando o transporte mais acessível, além de contribuir para a redução da emissão de poluentes e a promoção de hábitos mais saudáveis.

“A bicicleta, além de ser um veículo sustentável importante para a mobilidade, é um promotor da saúde, do lazer e da qualidade de vida. Integrar a mobilidade em todos os níveis é fundamental para garantir soluções de transporte eficientes, especialmente no deslocamento da última milha, conectando o transporte público aos destinos finais das pessoas”, explica o coordenador-geral de Regulação da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Antonio Espósito.

Para Thomas Maltese, líder de Ônibus Zero Emissões do C40, a eletrificação dos transportes, por exemplo, deve vir acompanhada de políticas que incentivem a mobilidade ativa. “É muito importante utilizar o ônibus elétrico no processo de descarbonização da frota como um catalisador para um aprimoramento do sistema de transporte público, para que haja mais passageiros usando transporte público e que, ao mesmo tempo, tenha um incentivo também à mobilidade ativa e outras soluções baseadas na natureza”, afirma.

Maltese destaca ainda que o redesenho urbano pode potencializar essas transformações. “As cidades podem aproveitar a implantação de corredores de transporte para criar infraestruturas mais acolhedoras, como ciclovias protegidas, calçadas mais largas e soluções para a última milha, com bicicletas particulares ou compartilhadas, patinetes e outras formas de deslocamento ativo.” Segundo ele, projetos desse tipo também podem ser combinados com infraestrutura verde, que ajuda a mitigar ondas de calor e reduzir alagamentos.

Prêmio Bicicleta Brasil

Além da integração da bicicleta em projetos contemplados no Novo PAC, o Ministério das Cidades tem trabalhado para manter ativa a trajetória da magrela no país com o Prêmio Bicicleta Brasil. A iniciativa reconhece e estimula boas práticas que promovem o uso da bicicleta como alternativa segura, saudável e sustentável de deslocamento urbano.

Para a edição de 2025, o prêmio passou por uma reformulação: o número de categorias foi ampliado de seis para 24, e o valor total destinado às organizações da sociedade civil dobrou.

Agora, os vencedores recebem R$ 50 mil (primeiro lugar), R$ 30 mil (segundo) e R$ 20 mil (terceiro), além de troféus e certificados.

O resultado definitivo dos vencedores deve ser divulgado durante a COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que reunirá líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil para discutir ações de combate às mudanças climáticas. Considerado um dos principais eventos globais sobre o tema, o encontro será palco para celebrar iniciativas que, como o Prêmio Bicicleta Brasil, contribuem para construir cidades mais sustentáveis e resilientes.