Saneamento, transportes e energia elétrica lideram investimentos privados em infraestrutura em 2025, aponta CNI

Saneamento, transportes e energia elétrica lideram investimentos privados em infraestrutura em 2025, aponta CNI

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) projeta para 2025 um investimento de R$ 277,9 bilhões no setor de infraestrutura, liderado por projetos nas áreas de saneamento básico, transportes e energia elétrica, valor equivalente a 2,21% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo o estudo “Pilares da Infraestrutura Brasileira – Uma Agenda de Modernização”, lançado hoje (13) pela entidade, o capital privado vai responder até o fim deste ano por 72,2% dos investimentos em infraestrutura.

Embora o estudo, feito em parceria com a Inter B Consultoria, aponte que o capital privado vem mantendo, desde 2019, uma tendência de responder por mais de 70% dos investimentos voltados à infraestrutura e à logística, o setor industrial ainda considera a marca aquém das potencialidades do país.

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Aliado a esse ponto está a reclamação do setor produtivo em relação aos juros altos, impactados pelo patamar da taxa Selic. “O ambiente de negócios deve ser mais atrativo. Hoje, lidamos com juros altíssimos, que desestimulam o investimento produtivo e encarecem o crédito”, disse o presidente da CNI, Ricardo Alban, em nota.

O diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, avalia que o principal desafio da infraestrutura é mobilizar mais recursos privados e melhorar a governança dos investimentos públicos. Para ele, o avanço do privado deve estar ancorado em um ambiente de negócios que ofereça, no médio e no longo prazo, um horizonte de estabilidade macroeconômica somado a baixos custos de transação e menores barreiras setoriais à entrada ao mercado.

Setores

No segmento de energia elétrica, para o qual a CNI projeta investimentos privados de R$ 98,6 bilhões neste ano, os desembolsos são impulsionados por energias renováveis, especialmente solar (micro e minigeração distribuída), e a expectativa de leilões de transmissão e de baterias de armazenamento.

Já o incremento na área de saneamento decorre do marco legal do setor, que exige universalização dos serviços até 2033. O investimento privado projetado para o ano é de R$ 31,2 bilhões, alavancado pelas PPPs (Parcerias Público-Privadas).

Na área de transportes, a previsão de R$ 42,4 bilhões em investimentos privados se divide em ferrovias, com expectativa de R$ 19,6 bilhões, concentrada principalmente em renovações antecipadas de concessões, seguida por rodovias, com R$ 11,9 bilhões; portos, com R$ 4,9 bilhões; aeroportos, com R$ 3,5 bilhões; mobilidade urbana, com R$ 2,5 bilhões; e hidrovias, com R$ 300 milhões.

O estudo menciona avanços em rodovias, com a realização de concessões, incluindo novos modelos, e investimentos no setor portuário, puxados por arrendamentos e novas autorizações para terminais privados. Para telecomunicações, a CNI projeta R$ 28,5 bilhões neste ano, considerados incrementos marginais após o pico atingido pelo setor em 2022.

Fonte: Agência Infra

Exportações de milho e soja pelo Arco Norte crescem mais de 50% com investimentos em infraestrutura multimodal

Volume escoado em 2024 foi de 57,6 milhões de toneladas contra 36,7 milhões de toneladas em 2020. De acordo com documento da Conab, avanço é resultado de investimentos em infraestrutura multimodal

Sinal Verde: Censo 2022 mostra mobilidade urbana deficiente no Brasil

O podcast Sinal Verde da Rádio Senado apresenta um panorama inédito da mobilidade urbana no Brasil, a partir dos dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE.

Pela primeira vez, o levantamento coletou dados detalhados sobre as condições de mobilidade em que os brasileiros vivem, revelando um panorama complexo e desafiador. Descubra a realidade das ciclovias, a capacidade de circulação das vias e a presença de transporte coletivo em todo o país.

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Foto: Marcos Santos Fotógrafo do site jornal.usp.br

Crédito à infraestrutura no BNDES cresce 100% no 1º trimestre e responde por 40% dos avais

Praticamente 40% do crédito aprovado no primeiro trimestre pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi direcionado a projetos de infraestrutura. A alta participação na carteira do início do ano tem por trás um crescimento expressivo no volume de empréstimos avalizados ao setor nos primeiros três meses do ano, quando avançou 100% ante o mesmo período de 2024.

Foram aprovadas operações de R$ 13,2 bilhões no trimestre, contra R$ 6,6 bilhões nos primeiros três meses de 2024 e R$ 3,3 bilhões em janeiro, fevereiro e março de 2023 – nesta base de comparação, a alta é de 295%.

Os números foram destacados em entrevista a jornalistas sobre os resultados do banco de desenvolvimento, realizada na última quinta-feira (15). Embora os novos empréstimos ao setor de infraestrutura tenham sido relevantes, o BNDES já percebeu um arrefecimento geral nas consultas à instituição. Houve uma queda de 13% nesse indicador nos primeiros três meses do ano ante o primeiro trimestre de 2024, recuo inserido no contexto dos juros altos.

Para o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do banco, Nelson Barbosa, o movimento é um efeito defasado da política monetária, cujo ciclo de alta tende a afetar a demanda de crédito especialmente em operações mais sensíveis aos juros, como de capital de giro e compra de máquinas e equipamentos.

Como mostrou a Agência iNFRA, os juros em patamares elevados por um longo período, hoje em 14,75% ao ano, aliados a uma inflação de serviços ainda alta, apontam para um cenário de paralisação de obras de infraestrutura já se aproximando no país.

Barbosa avaliou que o panorama pode promover uma desaceleração no banco, mas argumentou que o BNDES não pode perder o foco em sua diretriz de médio e longo prazo. “Então pode ter alguma desaceleração, especialmente em operações mais sensíveis ao juro, de capital de giro, e máquinas e equipamentos, mas isso faz parte do dia a dia da economia”, disse o diretor.

Do volume financeiro de aprovações de crédito no primeiro trimestre, 75,4% foram praticadas com taxas de mercado, contra 21,6% que contaram com algum incentivo (majoritário no Plano Safra), além de 3% com recursos não reembolsáveis. “O BNDES é mais afetado pela política monetária do que afeta a política monetária”, concluiu Barbosa.

Rodovia e metrô

As aprovações de crédito no banco cresceram em todos os setores no primeiro trimestre, mas o principal avanço, de 100%, foi da infraestrutura. A alta expressiva foi carregada especialmente pelo financiamento de R$ 7,3 bilhões à concessionária EcoRio Minas, para investimentos na BR-493/RJ, BR-465/RJ e BR-116/RJ/MG, e o financiamento de R$ 2,4 bilhões ao Metrô de São Paulo, para expansão da Linha 2-Verde.

Em seguida, os maiores crescimentos nas aprovações foram registrados nos setores de comércio e serviços, com R$ 5,3 bilhões (alta de 20%), de agropecuária, com R$ 7,4 bilhões (avanço de 9%), e indústria, também com R$ 7,4 bilhões (aumento de 7%). No geral, o volume de R$ 33,3 bilhões avalizado no primeiro trimestre representou um avanço de 35% em relação ao primeiro trimestre de 2024 e de 158% sobre 2022.

Linha para aéreas

Durante a entrevista, o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior, José Luis Gordon, respondeu ainda que o governo está fechando neste momento quais serão as taxas de juros da linha de financiamento às companhias aéreas com recursos do FNAC (Fundo Nacional da Aviação Civil). Segundo ele, “em breve” o tema será levado para aprovação do CMN (Conselho Monetário Nacional).

Fonte: Agência Infra