A infraestrutura brasileira e os principais modais de transporte estão dando a volta por cima. Nos últimos dois anos, o Brasil passou a contar com mais investimentos e melhorias na qualidade dos portos, aeroportos e hidrovias. Os dados e conquistas alcançados pelos brasileiros nesse período foram apresentados pelo ministro Silvio Costa Filho durante reuniões nas Comissões de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), reforçando o compromisso do Governo Federal com um Brasil mais conectado, produtivo e competitivo.
Durante sua apresentação aos senadores, Costa Filho destacou que o setor portuário foi amplamente beneficiado com investimentos voltados à modernização e à expansão da capacidade operacional. Em parceria com o setor privado, os terminais brasileiros receberam aporte superior a 260% no último biênio, em comparação com 2021 e 2022. Nos últimos dois anos, os complexos portuários receberam R$ 22,3 bilhões — o maior volume da história —, contra R$ 6,2 bilhões investidos no biênio anterior. Como resultado, os portos movimentaram, no último ano, mais de 1,3 bilhão de toneladas de produtos, com destaque para contêineres e produtos do agronegócio.
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Ao analisar os resultados obtidos pelo Ministério de Portos e Aeroportos, o titular da pasta afirmou que os modais logísticos desempenham papel crucial no desenvolvimento econômico, com impacto direto em setores como comércio, turismo e indústria.
“Investir na infraestrutura do país é elevar a qualidade dos serviços oferecidos ao povo brasileiro. Hoje, os turistas contam com aeroportos modernos e acessíveis; os portos brasileiros geram empregos e contribuem para o aumento da renda dos trabalhadores. Com comida na mesa, saúde e educação, o brasileiro voltou a acreditar em um futuro melhor”, acrescentou.
Durante evento realizado na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que o crescimento da economia do país é resultado de muito trabalho e união coletiva.
“O Brasil é um país que volta a sonhar e a ter esperança. Um Brasil que dá a volta por cima e deixa de ser o eterno país do futuro para construir, hoje, o seu futuro. Com mais desenvolvimento e inclusão social, mais tecnologia e mais humanismo. Um país que investe em saúde, educação e demais serviços públicos de qualidade”, destacou.
A logística em números
Para alcançar os resultados expressivos observados nos portos, aeroportos e hidrovias, o Governo Federal realizou um planejamento voltado à melhoria dos modais em todo o país. Empreendimentos aguardados há décadas pela população estão saindo do papel e movimentando a economia regional. Um exemplo é o Túnel Santos-Guarujá, a maior obra de infraestrutura qualificada do Novo PAC, cujo edital foi lançado em fevereiro. O leilão, previsto para o segundo semestre deste ano, será realizado por meio de parceria público-privada (PPP), com investimento estimado em R$ 6 bilhões.
O Governo Federal está comprometido com a transformação do setor portuário, tornando-o cada vez mais competitivo e sustentável, com o objetivo de garantir um futuro próspero e conectado ao mercado global. Até 2026, estão previstos R$ 22,85 bilhões em investimentos em 42 empreendimentos do setor.
Em 2024, o Ministério de Portos e Aeroportos realizou oito leilões, atraindo investimentos superiores a R$ 3,74 bilhões. Para 2025, estão previstos 21 arrendamentos e uma concessão, que somarão R$ 19,85 bilhões. Somente o Tecon Santos 10 representa R$ 5,6 bilhões desse total. O novo superterminal de contêineres será construído no Porto de Santos, em São Paulo. Para 2026, a previsão é de cerca de R$ 3,10 bilhões investidos em 21 empreendimentos.
A hidrovia como solução sustentável
Medidas sustentáveis, com o objetivo de reduzir consideravelmente a emissão de gases de efeito estufa, estão sendo implementadas pelo Governo Federal. Com um projeto inovador, o Ministério de Portos e Aeroportos dará início à concessão de hidrovias no país.
Para promover maior eficiência logística e ampliar a movimentação de cargas pelos rios, o MPor dará início à concessão de hidrovias. Com cerca de 20 mil quilômetros de rios navegáveis — com potencial para dobrar essa extensão —, o projeto prevê investimentos para tornar os trechos mais seguros e navegáveis. O ministério já trabalha na concessão de oito hidrovias, em quatro regiões brasileiras.
Para formular e implementar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento das hidrovias, foi criada a Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação. A área tem atuado em ações para expandir a navegabilidade, como é o caso do derrocamento do Pedral do Lourenço, que deve ser iniciado ainda este ano. Somente nos dois primeiros anos do Governo Lula, os investimentos públicos em hidrovias alcançaram R$ 767 milhões, valor 45% superior ao investido no governo anterior.
Aeroportos modernos e acessíveis
Em 2024, foram realizadas 42 entregas de obras em aeroportos de todo o país, com investimento total de R$ 3,2 bilhões — sendo R$ 2,7 bilhões provenientes de concessões e R$ 509,6 milhões de recursos públicos e privados (Fundo Nacional de Aviação Civil – FNAC e Infraero). Foram 13 obras na região Norte, 5 no Sul, 8 no Sudeste, 10 no Nordeste e 6 no Centro-Oeste, contemplando novas pistas ou terminais.
As obras ampliam as possibilidades de desenvolvimento econômico e melhoram a qualidade dos serviços prestados aos usuários. Para 2025, estão previstos R$ 2,3 bilhões em investimentos privados e R$ 1,1 bilhão em investimentos públicos.
Nos próximos dois anos, o Governo Federal vai entregar mais 66 empreendimentos no setor aeroportuário, com destaque para a modernização e ampliação do Aeroporto de Congonhas, o segundo maior em movimentação do país. Os investimentos previstos para melhorias devem alcançar R$ 2,5 bilhões.
Para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, o Ministério de Portos e Aeroportos antecipou, em oito meses, a entrega das obras de expansão do Aeroporto de Belém, orçadas em R$ 470 milhões. Até o fim de 2026, os aeroportos brasileiros devem receber R$ 9,7 bilhões em investimentos.
Aeródromos regionais
Com o objetivo de expandir a infraestrutura aeroportuária regional e tornar o modal mais acessível, o MPor lançou, em dezembro do ano passado, o programa AmpliAR. O projeto permite a contratação simplificada das atuais concessionárias que atuam no país para administrar e garantir a operação de aeródromos considerados estratégicos, mas com baixo interesse comercial.
As concessionárias serão remuneradas por meio do reequilíbrio dos contratos vigentes. Aeroportos da Amazônia Legal e do Nordeste farão parte do primeiro leilão do AmpliAR. Todos os aeroportos incluídos no programa foram selecionados com base nas necessidades identificadas no Plano Aeroviário Nacional (PAN).
Após a fase de consulta pública — que recebeu 192 manifestações —, a Secretaria Nacional de Aviação Civil está analisando as contribuições recebidas, com o objetivo de atender às necessidades dos diferentes interessados. A previsão é que o leilão dos aeroportos indicados no programa seja realizado ainda este ano.
Planejamento e organização
Em um passo decisivo para fortalecer a logística de transporte no Brasil, o MPor lançou, em dezembro, os Planos Setoriais para Hidrovias, Portos e Aeroportos, com foco na eficiência e no desenvolvimento econômico sustentado pela preservação ambiental.
Com horizonte de planejamento até 2035 para os setores portuário e hidroviário e até 2052 para o setor aeroviário, os planos estabelecem diretrizes claras para o futuro da infraestrutura de transporte do país, garantindo a modernização e a competitividade do Brasil no cenário global.
Inclusão e bem-estar social
Com um olhar voltado à inclusão de pessoas neurodivergentes no modal aéreo, o MPor lançou, no último ano, o programa de Acolhimento ao Passageiro com Transtorno do Espectro Autista, com ações específicas para esse público. Entre elas, está a instalação de salas multissensoriais nos principais aeroportos brasileiros.
Com a inauguração do espaço no terminal de Recife, realizada na última semana, o setor já conta com cinco salas em funcionamento: Florianópolis (SC), Vitória (ES), Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ) e Recife (PE).
Até 2026, o Ministério de Portos e Aeroportos prevê a instalação de mais 20 salas multissensoriais nos terminais aéreos do país. Esses espaços oferecerão estímulos visuais, táteis e auditivos, com o objetivo de proporcionar relaxamento e bem-estar. Além disso, os profissionais do setor passarão por capacitação para melhor acolher os viajantes.
O programa também prevê a reavaliação humanizada dos procedimentos, visando aprimorar a experiência dos passageiros com TEA, tanto em solo quanto durante o voo.
Fonte: Agência Gov