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Qual a relação entre mobilidade urbana e segurança

Como a forma de nos deslocarmos e ocuparmos as ruas pode transformar a segurança urbana?
Publicado em 16/04/2025
Qual a relação entre mobilidade urbana e segurança

A pesquisa Viver em São Paulo – Qualidade de Vida, lançada em janeiro deste ano, revelou que 74% dos entrevistados consideram a segurança o maior ou o segundo maior problema da cidade. O transporte coletivo aparece em terceiro lugar, mas com um percentual significativamente menor (15%). Em âmbito nacional, pesquisa da Genial/Quaest também de janeiro mostrou que 26% dos entrevistados consideram a violência o principal problema do Brasil, superando pela primeira vez a economia, que obteve 21% das menções.

Em fevereiro, Vitor Medrada aguardava em sua bicicleta quando foi abordado por dois assaltantes em uma motocicleta na Zona Oeste de São Paulo. Durante o assalto, sem chance de reação, ele foi baleado e não resistiu aos ferimentos. O chocante caso de Vitor, somado ao aumento dos crimes patrimoniais e contra a vida nas cidades brasileiras, assusta, indigna e reforça a necessidade de respostas no curto prazo. Medidas como aprimoramento do policiamento, uso de inteligência, investimento em investigação e maior eficiência na resolução de crimes são frequentemente demandadas e exploradas no discurso político, embora nem sempre com a efetividade que se costuma anunciar.

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Não há dúvidas de que a segurança urbana é uma das principais dores da população e que policiamento e investigação são fundamentais. O que a maioria não percebe é que repensar a forma como as pessoas se deslocam também pode ser crucial para enfrentar esse desafio.

O planejamento urbano e as escolhas relacionadas ao transporte têm um impacto direto na segurança pública. Essa relação, embora evidente para especialistas da área, ainda encontra resistência e pouca priorização em políticas públicas estruturais. O modo como as pessoas se deslocam e ocupam os espaços nas cidades influencia a qualidade de vida e pode ser determinante na redução da violência urbana.

Cidades ao redor do mundo têm demonstrado como o planejamento urbano voltado para pedestres, ciclistas e transporte público impacta positivamente a segurança. Bogotá, há mais de duas décadas, sob a liderança de Enrique Peñalosa, transformou sua infraestrutura urbana, priorizando a mobilidade ativa e  o transporte coletivo, o que, combinado com outras iniciativas, resultou em uma cidade mais pulsante e com menos criminalidade, mesmo durante um período de intensa presença do narcotráfico e das Farc.

De forma semelhante, Nova York tem alcançado resultados expressivos em segurança pública e viária. Os nova-iorquinos utilizam carros e motos com menos frequência, e trafegam mais devagar, em grande parte devido aos limites baixos de velocidade, congestionamento e à elevada presença de pedestres e ciclistas. Esses fatores contribuem para que a taxa de mortalidade em sinistros de trânsito seja um terço menor do que a de outras cidades norte-americanas. Justin Fox, colunista da Bloomberg, analisou que Nova York também se sobressai ao apresentar bons índices tanto em mortes no trânsito quanto na taxa de homicídios, quando comparada a outras localidades do país.

Confira a reportagem completa no Nexo Jornal.